Postado Por : Pedro Tozzo 04 março 2015


O "Bom de bola, bom na escola" atende mais de 400 crianças e adolescentes na cidade do Lobo do Cerrado. Entre eles, um jogador revela uma inspiração inesperada.

A brincadeira de criança tem ao fundo um cenário nada comum. Enquanto os alunos de um projeto social de Vilhena faziam as aulas de futebol no Portal da Amazônia, no gramado, como um papel de parede, a Ponte Preta fazia o treino de reconhecimento antes da partida contra o Vilhena, pela Copa do Brasil. Por lá, todos os dias, os donos do campo e dos sonhos,são os mais de 400 pequenos craques do "Bom de bola, bom na escola".

Laion Santini é o professor que administra a energia desses garotos. Devidamente uniformizados, por lá todos sabem que o primeiro passo para chegar à realização do sonho de ser jogador de futebol é a disciplina. Cheios de expectativa, eles já viram, de perto, o Vilhena jogar contra o Palmeiras, vencer um estadual e agora querem estar ainda mais perto dos jogadores nesse momento, que pode ser histórico para o Lobo do Cerrado.

Alunos do projeto "Bom de bola, bom na escola" (Foto: Jonatas Boni) 
Alunos do projeto "Bom de bola, bom na escola" (Foto: Jonatas Boni)
 
- Nós trabalhamos com crianças com idade entre sete a 16 anos e o maior objetivo, diariamente, é afastar eles da criminalidade. Mas hoje, em especial, eles têm outra expectativa. De todos os meninos que jogam aqui, a gente vai selecionar 15 para entrar com o Vilhena em campo. Quando sai a tabela dos jogos por aqui eles já ficam ansiosos, querendo fazer parte de um jogo profissional, mesmo que seja só na entrada... - revela o professor.

Para chegar lá, Laion explica que a idade e o comportamento, tanto em campo quanto na escola, são avaliados. Pelo horário da partida, os mais velhos tendem a ser escolhidos. Mas antes de tudo, a disciplina é o que guia essa galera.

- É uma partida oficial, então a gente sabe que tem uma responsabilidade envolvida, que eles vão precisar respeitar algumas regras. Por isso escolhemos os que têm melhor comportamento e um pouco mais de experiência pra esse tipo de situação... Mas a orientação é de que todos venham. Pode haver uma exceção - garante o professor.

Na tarde de terça, enquanto a Ponte treinava no gramado principal e os alunos mais novos do projeto faziam o trabalho em areia, três jovens jogadores acompanhavam e analisavam cada toque que o time paulista dava na bola. 

Josenaldo Siqueira Junior, 13 anos, há dois no projeto, diz que começou a se dedicar na escola e nos treinos. De poucas palavras, ele explica que a rotina não é bem de uma criança normal, mas que o cansaço não impede que o palmeirense sonhe em se profissionalizar no futebol.

- Estudo todos os dias. Aí nas segundas, quartas e sextas eu treino aqui no projeto e no resto do dia eu trabalho na bicicletaria da minha família. Mas meu sonho mesmo é virar jogador profissional. É isso que eu quero. 

Alunos do projeto "Bom de bola, bom na escola" (Foto: Larissa Vieira) 
Luan, da esquerda, tem como ídolo o goleiro Vagner (Foto: Larissa Vieira)
 
Com ele, um pouco mais falante e com toda a marra de jogador, Luan da Cruz tem 14 anos e é goleiro. Ele conta que entrou no futebol há cinco anos, jogando na linha, e que acompanhando os treinos do Vilhena decidiu mudar de posição. Aliás, além da nova função, ele acumula um novo ídolo.

- Eu jogava na linha, aí comecei a acompanhar o Vilhena, vendo os goleiros treinar eu criei inspiração e decidi tentar. Eu vinha pra escolinha e quando acabavam os treinos ficava acompanhando o trabalho deles, principalmente do Dalton e do Vagner. Via os dois como grandes referências, mas o estilo do Vagner é o que me inspira mais.

Quanto ao jogo, Luan arrisca até um palpite sobre a escalação do possível time de Márcio Bittencourt.
- Acho que ele deveria por o Vagner. Ele já tá no Vilhena tem dois nos, tem conhecimento do gramado e experiência também, então acredito que seja melhor. Vi o treino da Ponte e acho que se o VEC apostar na velocidade e bater pro goleiro mesmo. Ele solta muito, vi isso nesse trabalho de agora, e é isso.

Quanto ao sonho, um "a curto prazo", o santista revela que tem o desejo de entrar em campo com o goleiro do Lobo do Cerrado.

- Ia ser bem legal... Uma grande inspiração pra minha carreira. 

Vilhena e Ponte Preta se enfrentam nesta terça-feira, 3, às 21h30 (de Brasília), no Portal da Amazônia. A partida é a estreia dos times na Copa do Brasil em 2015.



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