Cinco anos após os escândalos da máfia do apito, quando foi revelado que o ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho aceitava dinheiro para manipular resultados e favorecer as apostas de grupos nos sites de loteria esportiva da internet, os envolvidos receberam a primeira condenação nos tribunais.


Ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho hoje trabalha num bar na cidade de Jacareí-SP

Foram condenados a pagar R$ 160 milhões o juíz Edílson Pereira de Carvalho, por danos ao consumidor, o empresário Nagic Fayad, que fazia a ponte entre os apostadores e os juízes corruptos, e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O juíz da 17° Vara Cível José Paulo Camargo Magano, que proferiu a sentença, considerou que, ao escalar "árbitros parciais" a CBF "não cumpriu o dever de garantir a observância de regras que assegurassem o regular andamento dos campeonatos". O dinheiro deverá ser depositado no Fundo Especial de Despesa de Reparação de Interesses Difusos Lesados, sob responsabilidade do estado de São Paulo.


O presidente da CBF, Ricardo Teixeira. "Paixão nacional é slogan para vender cerveja"

Na ação que a CBF foi condenada, a tática usada pela sua defesa foi a de minimizar o roubo no campeonato mais importante do Brasil. Nas alegações enviadas por seus advogados à Justiça, a entidade declara que o escândalo do apito foi um episódio "banal, irrelevante, do qual quase ninguém mais se lembra". Em seguida, tenta diminuir a importância do próprio futebol, uma atividade desprovida de "relevância social", segundo diz o texto. Afirma ainda a defesa da CBF em suas alegações à Justiça: "Paixão nacional não passa de slogan publicitário para vender cerveja e receptor de TV, que não corresponde à realidade".

Isso sim que é vestir a camisa. Essa é a entidade que rege o futebol brasileiro.

Fonte: VILHENAEC.BLOGSPOT.COM
Informações retiradas da revista VEJA, edição 2206, 2 de março de 2011.